Governo britânico reage a distúrbios anti-imigração

O Reino Unido enfrenta uma onda de manifestações violentas de extrema-direita, desencadeadas por informações falsas sobre um ataque à facada que resultou na morte de três meninas em Southport. A ministra do Interior, Yvette Cooper, condenou os distúrbios e afirmou que os responsáveis "pagarão" pelos seus atos.

Os protestos começaram após a divulgação nas redes sociais de que o autor do ataque ocorrido a 29 de julho seria um solicitante de asilo muçulmano que atravessou o Canal da Mancha de barco. Este rumor falso inflamou sentimentos anti-imigração e islamofóbicos, levando a manifestações violentas em cidades como Rotherham, Liverpool, Belfast, Blackburn, Hartlepool, Hull, Stoke-on-Trent, Nottingham e Sunderland.

Violência extrema

Durante os distúrbios, mais de 170 pessoas foram detidas. A polícia foi atacada com pedras, garrafas e outros objetos, enquanto grupos de extrema-direita vandalizaram mesquitas e um hotel que albergava solicitantes de asilo.

Em Liverpool, manifestantes atiraram tijolos e garrafas contra a polícia, e uma biblioteca comunitária foi incendiada. Em Rotherham, um hotel foi atacado e o rés-do-chão incendiado.

Em resposta, Yvette Cooper garantiu o apoio total do Governo às forças de segurança: "É uma vergonha total e é preciso haver um ajuste de contas. Aqueles indivíduos que estão envolvidos na desordem precisam de saber que pagarão um preço", declarou Cooper.

A ministra destacou que os responsáveis enfrentarão prisão e serão processados.

Ações governamentais

O Governo britânico convocou uma reunião de emergência para coordenar a resposta às manifestações e restaurar a ordem.

O primeiro-ministro Keir Starmer prometeu que todos os envolvidos enfrentarão "todo o peso da lei" e destacou a necessidade de proteger as comunidades muçulmanas, oferecendo maior segurança às mesquitas.

A ministra do Interior sublinhou que as redes sociais têm uma responsabilidade significativa na propagação de informações falsas que exacerbaram a violência. "As redes sociais terão de assumir alguma responsabilidade pela divulgação de informações falsas", afirmou Cooper, enfatizando a necessidade de combater a desinformação online para prevenir futuros incidentes.

As autoridades continuam a trabalhar intensivamente para controlar a situação e garantir a segurança das comunidades afetadas. O Governo está a utilizar tecnologia de vigilância e reconhecimento facial para identificar e deter os responsáveis pelos distúrbios. A polícia está a analisar imagens de câmaras de segurança e de câmaras usadas no corpo ('bodycam') para identificar os infratores.

Yvette Cooper reafirmou que a violência e a desordem não serão toleradas no Reino Unido, destacando que a minoria de criminosos envolvidos nos distúrbios não representa a nação.